SUBJETIVOLOGIA

Mural politizado para reflexão e desconstrução social.

Cosmic radiation

Todos nós privilegiados, que vivemos em casas, apartamentos ou barracos construídos de tijolo, concreto ou madeira temos algo em comum. A privacidade. Ninguém fora desses lugares consegue observar o que dentro fazemos (a não ser que você tenha câmeras ou seja participante de algum reality show) ou pelo menos não deveria, sem nossa concessão. 

Mas e se te deixassem usar uma casa de classe média alta, com piscina, ofurô e cheio de mimos, com a condição de que fosse de vidro para que todos pudessem te ver a todo instante, consumindo comida, tv e informação selecionados por alguém que você não conhece, sem o direito de tua escolha, você o faria? Talvez a grande maioria responda sim, e é isso o que acontece com algumas gigantes da tecnologia. Pode parecer inofensivo desfrutar de um lar luxuoso “de graça”, mas as suas ações em uma casa de vidro seria a mesma que na tua casa de tijolos e etc? Um dos problemas na internet, é dissociação da vida real para a vida virtual. Quando você cria um perfil em determinadas redes sociais “gratuitas”, você também está consentindo com o compartilhamento de informações sensíveis, como localização, agenda, câmera, microfone entre outros. A coleta dessas informações montam uma espécie de DNA DIGITAL, onde a partir dele você recebe anúncios baseado nessas informações que são coletadas, selecionando publico alvo para determinadas ações de marketing. Isso pode até ser normalizado se você não observar que essas ações direcionadas também contém informação e opinião, moldando o pensamento social (que pode gerar alienação, quando você vê apenas notícias de assuntos X, e não o A B C …) , direcionamento de publico para uma base de personalidade submissa e não reflexiva, sem o senso crítico e de rompimento com modelos de uma política econômica liberal, geradas pelos famosos algoritmos. Quem comanda as gigantes da BIG TECH? Quais interesses são defendidos? Você se tornou uma pessoa baseada em algoritmos? 

São reflexões de um senso crítico em extinção, direcionando multidões para o consumismo, ideologias e procrastinação sistêmica. A vitória de Trump nos EUA em 2016 está comprovadamente ligada a tudo isso que mencionei (link abaixo) e porque não ligar o “Bolsonarismo” a essa mesma máquina de alienação em massa? Você pode se acomodar, pensar que nada pode ser feito já que sua ação não mudaria o todo, mas volto a questionar a liberdade e consequentemente, a subjetividade humana.  Talvez esse texto seja apenas um desabafo de quem se descobriu dentro de mais uma bolha, e está fora apenas de uma parte dela, dentre outras, mas vê outros milhões ainda dentro da mesma base de alienação que nunca foi de liberdade, e sim de submissão. Reflita sobre privacidade. Quem sabe um efeito dominó amanhã?!

” Para entender o que o outro diz, não basta entender suas palavras, mas também seu pensamento e suas motivações.” Lev Vygotsky

Cosmic radiation

Ainda me lembro de pensamentas imaturos e inocentes na adolescência, sobre como seria o futuro. O slogan positivista, de carros voadores e teletransporte de humanos eram apenas 1/5 do que imaginava que seria. Uma sociedade progressista, de um viés evolutivo na perspetiva sustentável, com o desenvolvimento da ciência mirando o bem estar das pessoas, agregando minorias que ate então sofriam segregação, como a minha bandeira LGBTQIA+, sendo inclusa na normalidade social. Que tolo eu fui. Chegamos em 2021, em plena pandemia com mais de 400 mil mortos no Brasil, com grande parte da população negando ou desafiando a existência de um vírus que, pode não tirar a vida inconsequente desdes mesmos irresponsáveis, mas pode contribuir para o holocausto contemporâneo. A inteligencia alimentada por redes sociais que visam cada vez mais a superficialidade de uma sociedade liquida, potencializada pelas grandes empresas que investem na alienação oculta de um ser humano cada vez menos reflexivo, critico e cada vez mais consumista. Que tolo eu fui...

Um texto talvez informal, mas necessário para separar a aǵua do óleo. Vamos desconstruir Amélia? Felizmente não temos a possibilidade de entrarmos nas mentes um dos outros para mudar hábitos e opiniões prejudiciais a nossa existência. Seria um barato poder abduzir terceiros, e ''construí-los'' à nossa maneira. Eu por exemplo, estaria casado com algum estudante geek de filosofia Africana, trabalhando em projetos sociais raciais e anticapitalistas de Washington D.C. (que bosta!) Por outro lado, eu também poderia estar casado com alguma conservadora Brasileira, com doutrinas cristãs aos domingos de manhã, e hábitos sádicos de masturbação e sexo grupal ao cair da noite. Felizmente, é muito difícil mudar a mente e comportamento do coleguinha, principalmente nos tempos de hoje, das FAKE NEWS e da graduação em massa em Facebook e etc. Mas existe algo que ainda podemos fazer, como evitar aquele abraço hipócrita daquele familiar ou aquele vínculo social que usa do exemplo do extremismo político para não mais reprimir o ódio que sempre esteve encravado entre teus dentes. Liderados por um ícone fascista, com a desculpa de ‘’QUEREMOS MUDANÇA.’’ Sim, isso também é um texto contra Bolsonaro e sua trupe. Quando você defende um líder como tal, você não apenas compartilha de tuas propostas, mas sim tua ideologia de ódio, inflacionando e propagando grupos e pessoas detentoras deste instinto tão primitivo e já tão presente em nosso cotidiano. Se tenho pessoas que me abraçam e me acolhem em casa ou na rua, por que diabos manter por perto quem é contra a natureza que Deus (graças a Deus) me deu? Seria Imaturidade me afastar? Não posso fazer com que o pŕoximo me aceite, mas ainda posso expressar o que penso e procurar meus vínculos baseado na igualdade de ideias. Se por outro lado o Brasil concretiza ainda mais sua máquina capitalista de servidão das “minorias” ao elitismo, firmo aqui o nascimento de uma nova perspectiva de vida, mais intimista e adequada aos meus princípios. Como uma Amélia estuprada pela ignorância de quem evita a história, mas ainda respirando, exalto que a resistência das lutas antifacstas! Não é mais sobre “ele não!” sendo adaptado para “eles não!”